segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

sobrevivência

A tua solidão vira as costas para mim
e me deixa a falar com as paredes
ouvintes surdas
e sem conselhos

A tua solidão lança sobre mim,
já cansada,
o tédio e a angústia de
um estar só indesejado.

A tua solidão me diz:
"estou só",
com orgulho,
"porque posso ficar só".
Mas, eu não!

A tua solidão me obriga,
me empurra
pro escuro de um quarto sem luz.
Resisto. Mas, o escuro me segue.
Adoeço, só e sem luz.
E escrevo
para não morrer.

"escrevo como quem morre." (Manoel Bandeira)

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