sábado, 1 de dezembro de 2018


Existe uma solidao no mundo. Que nao acaba. Nenhuma tecnologia, nenhuma ciencia, nenhum nada acalma.
Da minha tristeza sei eu.. E só é minha. Ninguem tem culpa. So eu a cultivo. Consequencia desastrosa do meu ego. Tao querente de aprovaçao. Tao carente de aceitaçao. Aflito de admiraçao. Tao ridiculo... É, sou ridicula. E os anos só aprofundaram o ridiculo. Melhor seria usar um nariz de palhaço... Mas os palhaços nao se levam a serio. So os ridiculos se levam a serio.
A quem pedirei desculpas por me expor tanto? A quem pedirei perdão pela mediocridade de minhas idéias emprestadas? A quem pedirei paciencia pela ansiedade com que exponho minhas simplórias descobertas?
A quem direi "foi mal" pela alegria da curiosidade que sai feito correnteza levantando raizes,  derrubando troncos e barrancos?! Vaidade. Nada mais que vaidade?! A quem direi nao sei se é pode ser me ajuda a gastar isso ou me calar ouvir a descoberta do mundo que me acontece e me toma todo dia... A quem pedirei misericórdia pelas asneiras, pelas inconsistências, pela ousadia de pensar que penso?...
Com quem dividirei a angustia de tentar entender esse mundo e talvez todos os outros que ainda nao sei...
Quando menina deitava a céu aberto a olhar estrelas... Sem entender como podia ser estar numa nave a tantos quilometros por hora em torno de uma imensa mas nem tanto bola de fogo no meio de uma galáxia entre tantas outras... Universo. E minha cabeça doía de nao conseguir imaginar tamanho tamanho. Dormia sem desistir. As vezes sonhava que estava fora dele, deste universo. E no que deveria ser o Nada, havia... O que havia? Não lembro... Ate hoje me esforço para lembrar... Em vão.
Mas sei que dessas doidices sou feita. De pensar estrelas, de pesar poemas e nao medir consequencias...
E todas as vezes que meu ego reclama, penso estrelas...
(Lux. 1.12.2018)