sexta-feira, 2 de março de 2018

A vida chama, mas hoje sou outra.
Amanha, talvez.
Tenho ficado cansada de quase tudo.
Tudo onde o ego canta de galo.
Nem galo é.
                  Anti-isso.
Às vezes o vejo no espelho.
Não me dá conforto.
                 Anti-isso.
Me canso.
                Preguiça.
Como aquela que dá
                      quando se quer ver longe
                               e a face do espelho não deixa.
Só repete.
              Monótono.
Multiplicantemente chato.
Mais do mesmo.
Então será preciso olhar atrás
        do espelho
               - que hoje nem mais de cristal é
                                        porque sao feitos de plastico acredita? -
e buscar espantos. 
                        Catar surpresas.
De repente, uma aranhinha de teia fina.
Uma traça.
               Um fungo.
Uma etiqueta suja.
Um numero de telefone.
Uma foto 3x4.
Um cartao de farmácia.
Talvez eles possam dar em poesia...
E me esperanço toda.
                    De novo.
Por hoje basta.
Nao mais guardo ilusões nem esperanço utopias. O que tenho é uma teimosia em querer uma vida mais poética...