terça-feira, 3 de dezembro de 2013

amante

Amar amava mas nunca soube dizer de amor. Amar amava mas nunca soube viver o amor. Amar amava mas nunca soube mergulhar num mar de amor. Amante num mar de águas findas e finitas só mergulhara com segurança, nunca em apneia, sempre em fundo raso, nunca nas profundidades abissais onde os olhos não cogitam luz. Amar amava sem amor. Sem risco. Um dia de grande tristeza e solidão pensou em parar a busca, matar-se era uma opção. Afogar-se talvez. Mergulhou, enfim, para o azul mais profundo, escamou, criou guelras, depois vieram as nadadeiras, aprendeu a sentir no escuro. As ultimas notícias dos reinos das águas verdadeiras é que se apaixonou por uma jovem senhora celacanto, de linhagem jurássica. Nadam juntos faz algum tempo, nem sempre as marés favorecem, mas quem disse que tem que ser perfeito? Quem disse que seria fácil?

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