Neste momento, só quero e preciso de um momento de delicadeza.
Nada mais que isso, nada além disso.
Um sorriso, um afeto, um toque delicado,
Um beijo na face que não me marque nem me identifique como algo de alguém,
Um abraço que não me esmague nem me sufoque,
Um olhar compreensivo, um ouvido atento e amoroso,
mas que não me julgue nem me analise, nem tente me compreender,
nem me leia, ou releia, que não se assuste nem se surpreenda,
nem se decepcione ou se admire pela minha covardia ou coragem,
ousadia ou infâmia, mas
que me olhe e me ouça como Deus faria, com absoluta compaixão,
humanidade, doçura de quem sabe também ser incompleto, imperfeito e livre.
Eu quero a delicada liberdade de amar e ser amada,
de ser como sou, do jeito que quiser ou puder ser,
ou do jeito que sonho ser, ou tento ser, ou penso que sou ou serei.
Eu quero apenas ser eu sem julgamento, dor ou sofrimento.
Eu sou o amor.
Eu sou a vida.
> Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.
[em Perto do Coração Selvagem, de Clarice Lispector]
quarta-feira, 9 de julho de 2008
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