terça-feira, 24 de junho de 2008

a lenda do amor pra dois

Pensava que amar infinitamente seria o bastante, que amar ilimitadamente seria o suficiente. Acreditava que com um amor tão grande seria possível amar por dois. Que um amor assim seria, no mínimo, amado e o Outro amaria ser amado por este amor. Um amor assim tão imenso, tão pleno, tão sem senso seria por si algo tão poderoso que transformaria as realidades, mudaria o mundo, enfrentaria todos os limites, proporia novos padrões. Seria uma revolução esse amor. Mas, bastante não foi. O seu lugar foi preenchido pelo padrão confortável das convenções, dos limites sensatos, da formalidade aprovada. Ou sempre foi assim e nem se notou que era assim todo o tempo. Não havia revolução, nem quebra de fórmulas feitas. Não havia nada. Nem amor de verdade. Só ilusão.

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